Desabamento na Igreja de Ouro: Um mês após tragédia, templo segue interditado em Salvador

Um mês após o trágico desabamento que vitimou a turista paulista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, a Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como "Igreja de Ouro", permanece interditada no Centro Histórico de Salvador. 


O acidente, ocorrido em 5 de fevereiro, expôs a fragilidade na conservação do patrimônio histórico da capital baiana. Após o incidente, uma força-tarefa envolvendo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Defesa Civil de Salvador (Codesal) foi estabelecida para avaliar as condições de outros edifícios históricos. Até o momento, 106 imóveis foram vistoriados, resultando na interdição de oito igrejas, incluindo a Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem e a Igreja de São Miguel. 

A Igreja de São Francisco de Assis, construída entre os séculos XVII e XVIII, é considerada uma das mais importantes expressões do Barroco brasileiro e está entre as Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. Antes do desabamento, sinais de degradação já eram evidentes, como pinturas e teto desgastados, pilastras sem reboco e piso desnivelado. Uma vistoria do Iphan estava agendada para o dia seguinte ao acidente, mas, infelizmente, não ocorreu a tempo de evitar a tragédia. 

A responsabilidade pela manutenção desses patrimônios é compartilhada entre os proprietários e órgãos governamentais. No entanto, a falta de recursos e entraves burocráticos têm dificultado ações efetivas de conservação. O presidente Lula, em entrevista à Rádio Metropole, criticou o sistema de tombamento sem a devida alocação de verbas para manutenção, ressaltando que muitos prédios tombados acabam se deteriorando por falta de investimento adequado. 

Enquanto isso, a comunidade e os fiéis aguardam ansiosamente por medidas que garantam a preservação e segurança desses importantes marcos históricos, essenciais para a identidade cultural de Salvador e do país.

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